domingo, 23 de janeiro de 2011

Nadou na superficie enquanto eu lutava pra não me afogar.
Respirou tranquilo enquanto me faltava o ar.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Trecho de A Inútil Negação de Ailin Aleixo (http://revistaalfa.abril.com.br/blogs/mulher-honesta/2011/01/20/a-inutil-negacao-do-fim/)

"É triste perceber que quem tanto me importa não me vê, apenas olha pra mim. Não altera em nada sua lista de prioridades quando preciso de socorro, atenção. Apenas (depois, sempre depois) desculpa-se. Está constantemente ocupado, atrapalhado, assoberbado. Sempre se sai com ótimos motivos para não ter ido, feito, acompanhado. Conhece meus gostos, minhas neuras, o porquê do riso rasgado. Sabe o número do meu telefone, onde vivo, mas mora num outro universo, do qual não tenho o endereço, nem pertenço: é péssimo notar que sou pouco para quem é muito pra mim.

E não se trata de desdém ou de rancor. É mais sutil, por isso tão doído. Pode até me surpreender com telefonemas, e-mails, conversas à toa, mas não está presente nos momentos críticos da minha vida. Torna-se incomunicável. Não fica ao meu lado. Não pega o lenço para que eu possa continuar chorando, sem medo de julgamentos. Não traz da cozinha a garrafa da minha bebida preferida para comemorarmos. Não me abraça quando faltam palavras, não me afaga quando elas não bastam."
Não decidi ainda se estou com o coração partido, ou agora sim, com o coração inteiro.